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6.11.12

Citações (10)

Algumas citações minhas. Elas geralmente já terão aparecido anteriormente na página do Textos para Reflexão no Facebook...


O maior inimigo da religião nunca foi o ateu, mas sim o eclesiástico. Embora certos eclesiásticos sejam religiosos, na essência do termo, talvez a maioria deles tenha se perdido na "defesa do dogma da Eclésia" - e digo: se perdido de si mesmo.

Dessa forma, entre os ditos "religiosos", a maioria é do tipo "vou a missa aos domingos ouvir o padre", ao menos no Ocidente. A experiência religiosa foi esvaziada, e nos tornamos especialistas em natação que jamais mergulharam no mar. Mas isto tem mudado...

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O mito da caverna foi muito mal compreendido...

O fato de existir um mundo das ideias (e, dentro de nossa mente, decerto ele existe) não significa que devemos ignorar ou nos alienar da realidade "física", tal qual alguns "gnósticos radicais". Afinal, nós certamente não somos feitos apenas de ideias, ao menos enquanto estamos neste mundo. As ideias estão lá para nos auxiliar a viver neste mundo, não para nos alienar dele. Sócrates nada tinha contra a realidade "física" (foi inclusive um guerreiro), apenas valorizava o mundo das ideias, e o utilizava como ferramenta para organizar seu conhecimento, e seu autoconhecimento. 

Ninguém imagina nada sem usar ideias, nem mesmo um cientista.

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Do "problema dos adendos":

O cristianismo nos traz algumas preposições profundas, como "todos são filhos de Deus", "sois deuses", ou ainda "ame ao próximo como a ti mesmo"... O grande problema são os adendos, inseridos por algum revisor fundamentalista. Eles pretendem complementar o que não necessitava de complemento algum:

"Todos são filhos de Deus, mas somente aqueles dentre vós que aceitarem Nosso Senhor Jesus Cristo serão salvos".

"Sois deuses, mas apenas o sacerdote pode intermediar vossa relação com Deus".

"Ame ao próximo como a ti mesmo, mas afasta-te da abominação do homossexualismo".

Não fossem pelos adendos, talvez estivéssemos hoje bem mais próximos do Céu; aqui mesmo, na Terra.

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Tudo é dual, tudo tem seu oposto, tudo pode ser relativo e paradoxal se olhado pela superfície, mas é exatamente o fato de existir, no início, uma Substância sem oposto, que faz com que todos os paradoxos possam ser reconciliados, e todas as coisas sejam compreendidas por sua essência, e não apenas por sua superfície impermanente (e sempre em fluxo). Apenas o Tudo não tem um oposto, pois o Nada não existe, nem pode ser imaginado, ou seja, não existe nem fora da mente nem dentro, não existe nem objetivamente nem subjetivamente. Mas é claro que tudo isto não só palavras, o nadador só aprende a nadar quando larga o manual de natação e mergulha no mar.

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Crédito da imagem: Erik Johansson ("Set them free")

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